Libriana

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Um pouco paradoxal, nem sempre tão clara, mas tentando ser simples no complexo que me forma.

domingo, 9 de outubro de 2011

Um carinho...

"...Olhou por céu e viu. Havia fogos de artificio que espocavam de trás de alguns prédios, fogos de artificio coloridos que vinham não se sabia de onde. Eram ralinhos, humildes e poucos: a comemoração não haveria de ser tão significativa. Mas o motoboy parecia que estava vendo a torre Eiffel iluminada pela primeira vez..."


"O fato é que razão era o que menos importava naquela hora. O motoboy não conseguia desgrudar os olhos do céu, e eu nao conseguia desgrudar os meus dele, porque é uma raridade a gente se deparar com alguém emocionado, ainda mais numa quinta feira, ainda mais no final de um dia cansativo, ainda mais num posto de gasolina, ainda mais por um motivo que a gente não consegue adivinhar."


"Nossas cabeças estão sempre olhando para baixo, para os próprios passos, pro caminho a percorrer."


"Fogos de artificio nos retêm, erguem nossas cabeças, iluminan o que é escuro, capturam a gente de uma realidade burocrática, repetitiva, sem festa. Fogos de artifício são sinalizadores, há alguém feliz bem próximo, e está repartindo essa estado de espírito com você, que não viveu nada de estraordinário hoje, que estava louco pra chegar em casa, tirar a roupa suada, tomar um banho e ver um pouco de televisão."


"Não era a chegada do papai noel, não era a inauguracão de uma loja, não era show dos rolling stones, não era nem mesmo atraente, umas faíscas vermelhas e verdes que eram quase como sinais de trânsito que tivessem sofrido um curto circuito, mas eram fogos de artifício, e o motoboy não conseguiu se mexer, ficou estático e emocionado olhando aquilo como se estivesse vendo a Ana Hickman nua ou o lançamento e um foguete: vidrado, encantado, hipnotizado como a gente deveria às vezes ficar diante do inusitado."

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